O dia foi cansativo, mas extremamente esplendoroso...
Os primeiros quilômetros da Carretera Panamericana, ou Ruta 5 como é conhecida, já denunciavam a paisagem deslumbrante que teríamos pela frente.
Em determinados trechos da estrada os precipícios amedrontavam
Retas intermináveis, com as mais variadas temperaturas ...
E curvas, muitas curvas... longas, curtas, ladeadas por montanhas ou vales do deserto do Atacama.
Asfalto ótimo com ótima sinalização.
Na altitude 0 metros registra-se um verdadeiro cartão postal.
Também não é diferente a quase 3.800 metros.
Apesar de tamanha disparidade, não se sente o quanto se desce ou sobe
Montes, montanhas e planícies compõem uma paisagem quase lunar.
Nossas sombras não ficaram gravadas no deserto, mas sim nas nossas lentes e mentes.
Alguns trechos podem servir de referência para pinturas com ponto de fuga
Apesar de atravessarmos parte do deserto que passou mais tempo sem chuvas (há registros de 1400 anos sem indícios de chuva), o mais alto e o mais árido, onde pode se presenciar neve em algumas partes próximas à vulcões, também ali existe progresso.
A paisagem, ao entardecer, parece não ser do planeta Terra
As cores do final do dia entorpecem...
E a noite, gélida - as temperaturas variam entre 0ºC à noite e 40ºC durante o dia – esconde um dos maiores desertos do planeta.
Por volta das 22h00 aportamos em San Pedro do Atacama.
Apesar da distância relativamente curta – 700 km – estivemos na estrada por volta de 13 horas.
O calor era escaldante!
Em função das condições extremas de calor e frio, existem poucas cidades ou vilas no deserto. Logo não existem lugares dotados das facilidades da vida moderna urbana, como uma bomba de abastecimento de combustível.
Se não fosse a habilidade de Flávio talvez precisássemos de socorro.
Literalmente “botou a boca no trombone”.
E tudo isso foi só possível graças ao auxílio da força policial chilena que nos levou até o peru ...
Dos ruedas en el camino! faz uma breve pausa para contemplar San Pedro de Atacama...
DICA: No trecho percorrido entre Arica e San Pedro de Atacama, passamos por duas situações bem particulares.
A primeira particularidade diz respeito ao clima, ou seja, deixamos todas as vestimentas bem disponíveis.
Ainda bem, pois usamos de roupas leves até roupas bem pesadas, e, ainda assim, na longa subida de cerca de 4.000 metros para se chegar à San Pedro de Atacama, lá pelas 21:00 horas, o vento gelado nos castigou de forma extremamente intensa.
A segunda particularidade, diz respeito à extrema dificuldade que tivemos para realizar os dois reabastecimentos das motos.
O primeiro deles foi a cerca de 240 Km de Arica, em Huara, na confluência da Ruta 05 com a Ruta 15.
No segundo reabastecimento, cerca de 280 km adiante, passamos direto pela Ruta 24, que leva a Calama, e rumamos para a cidade de Maria Elena.
Tanque cheio, voltamos pela Ruta 5, depois Ruta 24, e, finalmente, Ruta 23, que nos levou direto à San Pedro de Atacama.
Muito cuidado pessoal, pane seca é uma realidade mais que possível neste ambiente, e, nada desejável, com certeza.